domingo, 31 de maio de 2015

O tempo comum

O QUE É O TEMPO COMUM
Nesse tempo somos chamados a entrar no ministério de Cristo e da Igreja. É um tempo de evangelização e catequese por excelência, pois suas celebrações evocam o anúncio da Boa Nova de forma concreta e palpável, de “pé no chão”, como Cristo fazia em sua pedagogia catequética. “Além dos tempos referidos, que têm características próprias, há ainda trinta e três ou trinta e quatro semanas no ciclo do ano, que são destinadas não a celebrar um aspecto particular do mistério de Cristo, mas o próprio mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos. Este período é denominado Tempo Comum.
O Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à terça-feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na segunda-feira a seguir ao Domingo do Pentecostes e termina antes das Vésperas I do Domingo I do Advento. Para os domingos e os dias feriais deste tempo há uma série de formulários próprios, que se encontram no Missal e na Liturgia das Horas [1].
Nota-se que o Tempo Comum é divido em duas etapas. A primeira começa na segunda- feira depois do Batismo do Senhor e vai até a terça-feira que antecede Cinzas. A segunda etapa é retomada na segunda-feira depois do Pentecostes e termina no sábado que antecede o Primeiro Domingo do Advento.
Durante o Tempo Comum são incluídas algumas Solenidades do Senhor, de Nossa Senhora e memórias de santos, que trataremos em outro momento.
CONTEÚDO CATEQUÉTICO DO TEMPO COMUM
Seus temas são extraídos das leituras que estão distribuídos de acordo com o ano: A, dedicado o Evangelho de Mateus; B com os textos de Marcos e C, incluído e Evangelho de Lucas. Todos são baseados nas leituras dominicais. Ao passo que as leituras do Antigo Testamento estão correlacionadas com o Evangelho, para reforçar a unidade que existe ente o Antigo e o Novo Testamento, e tornando conhecidos os textos mais importantes do Antigo Testamento. Já as cartas dos Apóstolos são tiradas de Paulo e Tiago, ficando as de Pedro e João para a Páscoa e Natal, como regra geral. Também se usa a Carta aos Hebreus nos anos B e C. O último domingo de todas as leituras deste tempo culmina na mensagem de Cristo, “rei que foi prefigurado na pessoa de Davi, proclamado entre as humilhações da Paixão, reina na Igreja e há de vir uma segunda vez no final dos tempos.
Como indicação catequética, que deve ser aprofundada no Tempo Comum, tempo em que Cristo anuncia o Reino no Evangelho, funda e organiza a Igreja, é oportuno rever o Evangelho do primeiro dia desse ano, a segunda feira depois do Batismo de Jesus. Como exemplo tomamos o ano o B, quando nos é apresentado Cristo dando início ao seu ministério[2].
Nele podemos destacar para aprofundar a catequese: 1. Jesus, antes de agir, entra na intimidade com o Pai, pela oração. É um colóquio de revisão da ação, entregando sua missão aos cuidados do Pai, esvazia-se, primeiro, para depois, trabalhar. Seria quase que rever os planos divinos, marcando as diversas etapas do ministério. Podemos dizer que Jesus faz um “retiro”. É o que está antes do trecho escolhido para o Evangelho do dia (Mc 1, 12). 2. Depois que o precursor encerra sua missão, sendo preso, Jesus começa a trabalhar para implantar o Reino de Deus entre os homens, proclamando que o tempo já chegou, é aqui e agora. Não pode deixar para amanhã. A precondição para fazer parte deste Reino é “arrepender e crer no Evangelho” (v.15). Arrepender é reconhecer-se pecador que necessita de mudança de vida. Não se muda e continua do mesmo jeito. Para fazer parte do Reino de Deus é necessário deixar tudo para começar nova vida. 3. Escolhe pessoas simples para, com elas, fundar sua Igreja (vv. 16-20).
Podemos ver que a Igreja é divina, pois foi instituída por Deus, Jesus Cristo é Deus, e ao mesmo tempo humana, fraca, na pessoa de pescadores. Jesus, ao escolher os primeiros apóstolos, dá a marca da Igreja, que é o seu selo até hoje e sempre será:
seguimento, mudança de rumo, abandono, como vemos no chamado dos discípulos.
A catequese só se torna educadora da fé, alimentadora da esperança, prática do amor se provar radical transformação de vida, por isso não pode ser um verniz que fica na casca, mas verdade que penetra nos ossos do ser.
A catequese com o Tempo Comum conduz sempre ao mistério do Reino, em Jesus Cristo, e na sua alma, que é a Igreja.
[1] Instrução Geral ao Missal Romano e Introdução ao Lecionário, nn.43-44 – CNBB, 2011.
[2] Mc 1, 14-20

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário