A III
Conferência Episcopal latino-Americana em Puebla no México sublinha a
importância da Igreja particular e sobretudo as comunidades eclesiais de base.
Na ocasião, Puebla acentua o papel dos bispos em se comprometerem em promover,
orientar e acompanhar segundo o espírito de Medellín e os critérios de Evangelii
nuntiandi; a relação de comunhão entre os diversos membros da Igreja;
valorizando decididamente os leigos e as mulheres, e situá-los nos ministérios
eclesiais no horizonte da missão.
Ao compreender o
povo de Deus como sacramento universal de salvação, “está inteiramente a serviço da comunhão dos homens com Deus e do gênero
humano entre si. A Igreja é,
portanto, um povo todo ministerial. Seu modo próprio de servir é evangelizar; é
um serviço que só ela pode prestar. Determina sua identidade e a originalidade
de sua contribuição[1].”
A evangelização, com efeito, é o grande ministério ou serviço que a Igreja
presta ao mundo[2].
O Documento de
Puebla a importância da função ministerial presente na Igreja. “Desde o princípio, houve na Igreja
diversidade de ministérios, cuja finalidade é a evangelização. Os escritos do
Novo Testamento revelam a vitalidade da Igreja, que se manifestou em múltiplos
serviços. Assim, São Paulo menciona, entre outros, os seguintes: a profecia, a
diaconia, o ensino, a exortação, o dar esmolas, o presidir, o exercício da
misericórdia; e, em outros contextos, fala de ministérios como as palavras da
sabedoria, do discernimento de espíritos e alguns outros. Em outros escritas da
Novo Testamento, descrevem-se igualmente vários ministérios[3]”.
Ao enfatizar uma
Igreja que manifesta sua vida de comunhão e participação a serviço evangelizador
nos diversos aspectos no cotidiano da vida do homem, constata-se o exercício
dos ministérios ordenados, como o diaconato permanente, não ordenados e outros
serviços, como os de proclamadores da Palavra e animadores de comunidades.
Nota-se também uma melhoria na colaboração entre sacerdotes, religiosos e
leigos[4].
Puebla, apoiando-se na Evangelii nuntiandi, afirma que: “É o Espírito Santo
que está suscitando hoje na Igreja 'uma diversidade de ministérios, também
exercidos por leigos, capazes de rejuvenescer e reforçar o dinamismo
evangelizador da Igreja (EN73) [5]”.
Com efeito,
todos são chamados a corresponder a uma vocação que lhe permita um
amadurecimento eclesial. “Optar por uma
vocação ministerial e evangelizadora na Igreja não é coisa que dependa exclusivamente
da iniciativa pessoal. Primordialmente, é chamamento gratuito de Deus, vocação
divina, que se deve perceber graças a um discernimento, escutando o Espírito
Santo e colocando-se diante do Pai, por Cristo, e diante da comunidade concreta
e histórica à qual se há de servir. Outrossim, é fruto e expressão da
vitalidade e madureza de toda a comunidade eclesial[6]”.
De acordo com a
vocação que lhe compete, o documento de Puebla afirma: “A Igreja, para o cumprimento de sua missão, conta com diversidade de ministérios.
Ao lado dos ministérios hierárquicos, a Igreja reconhece um lugar aos
ministérios não ordenados. Portanto, também os leigos podem sentir-se chamados
ou ser chamados a colaborar com seus pastores no serviço à comunidade eclesial,
para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios diversos, conforme
a graça e os carismas que ao Senhor aprouver conceder-lhes (EN73) [7]”.
A diversidade de ministérios, estendidos também aos leigos, confiava uma
responsabilidade e um reconhecimento maior a eles conferido. São “serviços realmente importantes na vida
eclesial (p. ex., no plano da Palavra, da liturgia ou da direção da
comunidade), exercidos por leigos com estabilidade e que foram reconhecidos
publicamente e a eles confiados por quem tem a responsabilidade na Igreja”.[8]
Os bispos
presentes em Puebla ratificam a importância dos ministérios conferidos aos
leigos, porém acentuam também a importância em identificar o papel de cada
cristão inserido na Igreja de acordo com a vocação e a aptidão de cada um. “Não clericalizam aqueles que os recebem:
estes continuam sendo leigos com uma missão fundamental de presença no mundo;
requer-se uma vocação ou aptidão ratificada pelos pastores; orientam-se para a
vida e crescimento da comunidade eclesial, sem perder de vista o serviço que
esta deve prestar no mundo; são variados e diversos, de acordo com os carismas dos
chamados e as necessidades da comunidade; esta diversidade, porém, deve
coordenar-se de acordo com sua relação com o ministério hierárquico[9].”
Por isso, em
relação, ao exercício desses ministérios, Puebla alerta para os perigos que
devem ser evitados: “(a) a tendência à
clericalização dos leigos ou a de reduzir o compromisso leigo àqueles que
recebem ministérios, deixando de lado a missão fundamental do leigo, que é a
sua inserção nas realidades temporais e em suas responsabilidades familiares;
(b) não se devem promover tais ministérios como estímulo puramente individual,
fora dum contexto comunitário; (c) O exercício de ministérios por parte de
alguns leigos não pode diminuir a participação ativa dos demais[10]”.
Por fim, a III
Conferência Episcopal Latino-Americana enfatiza o papel da mulher presente na
Igreja. As mulheres teriam assumido (e ainda assumem) a maior parte dos
ministérios nas Igrejas locais. Puebla lembra a participação da mulher na
historia da salvação e a participação dela na missão da Igreja. A aptidão da
mulher é visível desde em organismos de planejamento, coordenação pastoral,
catequese e etc[11].
É o leigo, representado pela força feminina, que aumenta a atividade eclesial.
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