Advento,
tempo da Igreja missionária e peregrina
A
liturgia com seu realismo e seus conteúdos põe a Igreja em um tempo de
características e expressões espirituais: a espera, a esperança, a oração pela
salvação universal.
Preparando-nos
para a festa de Natal, nós pensamos nos justos do AT que esperaram a primeira
vinda do Messias. Lemos os oráculos de seus profetas, cantamos seus salmos e
recitamos suas orações. Mas nós não fazemos isto pondo-nos em seu lugar como se
o Messias ainda não tivesse vindo, mas para apreciar melhor o dom da salvação
que nos trouxe. O Advento para nós é um tempo real. Podemos recitar com toda
verdade a oração dos justos do AT e esperar o cumprimento das profecias porque
estas ainda não se realizaram plenamente; se cumprirão com a segunda vinda do
Senhor. Devemos esperar e preparar esta última vinda.
No
realismo do Advento podemos recolher algumas atualizações que oferecem realismo
à oração litúrgica e à participação da comunidade:
- a
Igreja ora por um Advento pleno e definitivo, por uma vinda de Cristo para
todos os povos da terra que ainda não conheceram o Messias ou não reconhecem
ainda ao único Salvador.
- a
Igreja recupera no Advento sua missão de anúncio do Messias a todas as gentes e
a consciência de ser "reserva de esperança" para toda a humanidade,
com a afirmação de que a salvação definitiva do mundo deve vir de Cristo com
sua definitiva presença escatológica.
- Em um
mundo marcado por guerras e contrastes, as experiências do povo de Israel e as
esperas messiânicas, as imagens utópicas da paz e da concórdia, se tornam reais
na história da Igreja de hoje que possui a atual "profecia" do
Messias Libertador.
- na
renovada consciência de que Deus não desdiz suas promessas -confirma-o o
Natal!- a Igreja através do Advento renova sua missão escatológica para o
mundo, exercita sua esperança, projeta a todos os homens um futuro messiânico
do qual o Natal é primícia e confirmação preciosa.
À luz do
mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a
experiência de ser agora "como uma Maria histórica" que possui e dá
aos homens a presença e a graça do Salvador.
A
espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um
esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o
mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo,
Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário