sábado, 13 de setembro de 2014

Reflexão para a Festividade de Nossa Senhora das Dores

"O olhar de Maria sobre o mundo contemporâneo" convida a refletir, por assim dizer, com o olhar da Virgem Santa sobre as vicissitudes felizes e tristes do nosso tempo. O olhar de Maria fixa antes de tudo a Santíssima Trindade no mistério de amor inefável que une indissoluvelmente as três Pessoas divinas. Contemplando o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, a Virgem sente-se como que projetada para a humanidade, para exercer, em relação a cada ser humano, a missão materna que lhe foi confiada pelo Filho crucificado (cf. Jo 19, 25-27). Maria vela sobre o mundo, onde os seus filhos, tendentes para a pátria bem-aventurada, percorrem o caminho da fé entre muitos perigos e afãs (cf. Lumen gentium, 62).

A Virgem Santa torna-se presente, como mãe solícita, "ao longo desta caminhada-peregrinação eclesial, através do espaço e do tempo e, mais ainda, através da história das almas" (Redemptoris Mater, 25). Ao seu olhar materno não passa despercebida qualquer situação da Igreja, de cada fiel individualmente e de toda a família humana.

Comemorando a coroação da imagem de Nossa Senhora das Dores, reparamos especial e naturalmente no "olhar" que a Virgem, presente no Calvário, dirige para Cristo Crucificado, o qual, do alto da Cruz, a convida a abrir o seu coração materno ao discípulo amado: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26). Naquele momento, depois de ter partilhado a paixão do Unigénito, a Mãe de Deus torna-se Mãe de João, Mãe de toda a humanidade (cf. Jo 19, 26-27).

Maria, com o coração trespassado pela lança do sofrimento, encoraja-nos a reanimar a fé n'Aquele que nos salvou, derramando o seu sangue precioso por todos os homens; indica-nos Jesus como o único Salvador predito e anunciado desde o nascimento como "luz para se revelar às nações e glória de Israel" (Lc 2, 32).

Então, podemos dizer que a Virgem das Dores é, num certo sentido, "causa de salvação para si e para todo o género humano" (S. Ireneu, Contra as heresias, III, 22, 4). O seu amor materno serve-nos de estímulo para abrirmos o coração aos sofrimentos do próximo e sobretudo dos que procuram respostas válidas para as questões profundas da existência.


Que a Virgem Santa nos ajude a compreender a maneira de testemunhar na vida quotidiana a própria fé em Cristo e os meios adequados para trabalhar eficazmente na difusão do Evangelho, permanecendo sempre fiel às inspirações do Espírito Santo e disponível para cumprir a vontade do Senhor.

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