MISSÃO: palavra chave do Documento de Aparecida (DA)
Ao
ler o documento, é bom se perguntar: onde mais bate o coração do texto? Onde
está a marca mais significativa? Também as Conferências anteriores tiveram suas
marcas registradas. A primeira foi no Rio de Janeiro, em 1955, onde se deram os
primeiros passos para uma Igreja latino-americana mais autóctone e unida. A
segunda foi em Medellín (1968), onde explodiu forte o grito bíblico de
libertação, de opção pelos pobres, de uma Igreja a serviço do Reino. Foi aí que
deslanchou a caminhada das CEBs. A terceira foi em Puebla (1979), onde
cresceram os apelos à comunhão, à participação co-responsável na Igreja, e à
defesa da dignidade humana. A quarta foi em Santo Domingo (1992), onde muito se
insistiu sobre a inculturação e o protagonismo dos leigos.
É opinião comum que a palavra chave
de Aparecida é MISSÃO. Já o lema
da Conferência o diz: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’
Ele nossos povos tenham vida”. O método VER-JULGAR-AGIR atravessa o documento
inteiro, mesmo que seja de maneira leve. O VER ocupa os dois primeiros
capítulos (I-II). É um ver a realidade, com coração de discípulo missionário. O
JULGAR é marcado por três eixos que explicitam a experiência cristã: a) O encontro
pessoal com Jesus Cristo que nos torna discípulos missionários, fonte de grande
alegria e paz (capítulos III-IV); b) A vivência eclesial, onde todos são acolhidos
e valorizados como sujeitos eclesiais (capítulo V); c) O processo formativo
permanente. É para gerar convicções fortes e corajosas (capítulo VI). O AGIR
que vem em seguida, é missão pra valer, fecunda e permanente; ela atinge de
cheio a realidade sócio-econômica, política, cultural, religiosa do Continente (capítulos
VII-X).
Missão
e missionários marcam o texto inteiro.
O documento está organizado em 554 parágrafos. A palavra Missão aparece
explicitamente em cerca de 100 parágrafos, as palavras ‘discípulos
missionários’ e ‘missionários’ aparecem mais de trezentas vezes. Estas palavras
iluminam também todos os outros parágrafos do documento. Elas são o paradigma,
a referência, o fio condutor do documento.
Vale
a pena saborear, meditar, interiorizar essas palavras, não somente de vez em
quando, mas no cotidiano da vida; e partilhá-las nas comunidades, entre animadores
(as) e agentes pastorais. Elas estão espalhadas ao longo de todo o documento,
quais pérolas preciosas, que é preciso saber cuidar e guardar. Elas são
portadoras de esperança, de energias novas, de transformação e libertação em
todos os níveis. Ao meditar frase por frase é bom se perguntar, pessoalmente e/
ou em grupos: o que está me/ nos dizendo? Quais luzes e recados? Como vivenciá-las
na minha/ nossa comunidade eclesial e na sociedade em que vivemos?
A seguir algumas frases do
Documento que falam de Missão:
MISSÃO em sentido amplo.
1) “Assumimos o compromisso de uma grande missão em
todo o Continente” (DA 362).
2) “A missão continental procurará
colocar a Igreja em estado permanente de missão” (DA 551).
3) “Hoje, toda a Igreja na América
Latina e no Caribe quer colocar-se em estado de missão” (DA 213).
4) “A Igreja necessita de forte comoção
que a impeça de se instalar na comodidade” (DA 362).
5) “Esperamos em novo Pentecostes, uma
vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA 362).
6) “A conversão pastoral de nossas
comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral
decididamente missionária” (DA 370).
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