A CF-2014 escolheu como tema uma das formas de criminalidade atuais que envergonham a humanidade, o tráfico humano. Pretende-se com a campanha contribuir para reforçar a conscientização, a prevenção, a denúncia e o repúdio com relação a essa atividade ilegal, além de apelar tanto para o Estado como para toda a sociedade civil a fim de que se empenhem em coibir tal iniquidade.
Assusta-nos até onde chega a perversidade de traficar seres humanos como se fossem coisas. A humanidade, depois de tristes e violentos invernos de maldade, chegou, em 1948, à Declaração dos Direitos Humanos. O texto começa com uma série de considerandos. O primeiro soa solene: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. Antes de tudo, está a dignidade de cada ser humano, que goza de igualdade de direitos inalienáveis. Sobre ela se constroem a liberdade, a justiça e a paz.
Girando negativamente, a dominação, a injustiça e a guerra nascem da violação de tais direitos. O texto tira outra óbvia conclusão de que atos bárbaros, que ultrajaram a consciência da Humanidade, decorreram do desprezo e desrespeito de tais direitos.
A CF-2014 escolheu como tema um desses atos perversos, que nos envergonham – o tráfico humano associado à escravidão, ao campo sexual e ao tráfico de órgãos –, a fim de despertar e reforçar na consciência dos brasileiros o repúdio por tal prática. Além disso, apela tanto para o Estado como para toda a sociedade civil a fim de que se empenhem em coibir tal iniquidade, infelizmente ainda presente em nosso país.
Assim vemos que no Concílio Vaticano II (1962-1965) e na América Latina, especialmente depois do encontro dos bispos em Medellín (1968), a Igreja católica tem assumido nítida defesa dos direitos humanos e vigorosa batalha contra o trabalho escravo. Por isso, ela tomou uma de suas faces, o tráfico humano, como tema da CF-2014.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário