O gesto da paz não deve menosprezar o valor sagrado da Santa Missa e o mistério da comunhão sacramental, por isso “a conveniência de moderar este gesto, que pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembleia precisamente antes da Comunhão. Seria bom recordar que o alto valor do gesto não fica diminuído pela sobriedade necessária para manter um clima adequado à celebração, limitando, por exemplo, a troca da paz aos mais próximos” (n. 3).
Isso posto, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos deseja submeter à prudente consideração das Conferências dos Bispos de cada país, conforme suas realidades, quatro sugestões práticas. São elas:
a) Esclarecer que “o rito da paz alcança já seu profundo significado com a oração e o oferecimento da paz no contexto da Eucaristia. O dar-se a paz corretamente entre os participantes na Missa enriquece seu significado e confere expressividade ao próprio rito”. Portanto, se for para convidar para o gesto da paz de modo “mecânico” ou se for possível prever que a saudação na Missa não atingirá o seu real objetivo, este pode e deve ser omitido, conforme já prescreve o Missal Romano n. 128.
b) Nos locais em que a saudação da paz foi distorcida com a introdução de gestos profanos, as Conferências Episcopais, a mantenham no mesmo lugar, na Missa, mas a substitua “por gestos mais apropriados”.
c) “De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como: - A introdução de um ‘canto para a paz’, inexistente no Rito romano; - Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz; - Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis; - Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exéquias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes”.
d) As Conferências Episcopais estão convidadas, nesse contexto, a preparar catequeses sobre o Rito da Paz e seu correto desenvolvimento na celebração da Santa Missa seguindo as pistas orientadoras da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que acompanham a Carta Circular.
Por fim, pede-se que: a) o gesto da paz, bem vivenciado na Santa Missa, nos faça construtores de um mundo mais justo e pacífico em uma relação entre o que se reza, se crê e se vive (cf. n. 7); b) os Bispos, e, em comunhão com eles, os sacerdotes, aprofundem o significado do rito da paz na Santa Missa, na formação litúrgica e espiritual em oportunas catequeses aos fiéis, pois nesse gesto humano elevado ao âmbito do sagrado a paz do Senhor Ressuscitado é invocada, anunciada e difundida (cf. n. 8).
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário