quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A cruz como sinal de esperança



A cruz constitui um sinal decisivo de esperança. Apesar da presença do mal e sobrepondo-se a ele, a cruz é sinal de esperança certa no Reino, de sua eficácia e de sua vitória definitiva sobre todas as formas de pecado.

O paradoxo da cruz consiste no fato de que aquilo que à primeira vista parece um fracasso - a morte de Jesus e o fracasso da causa do Reino; a perseguição e o fracasso dos bons - constitui o começo irreversível da destruição do mal pela raiz, por causa do próprio Cristo, que passou da morte à vida, transformando a cruz em fonte de nova vida e de libertação total. A perseguição e a cruz são a dimensão redentora da fidelidade. Lá onde os meios humanos são impotentes para atacar as raízes de todos os males e de todas as injustiças, o sofrimento e as cruzes que acompanham a vida cristã nos incorporam à perseguição e ao martírio de Cristo. Enxertados com ele na raiz do mal, colaboramos com ele na libertação definitiva, tornando-nos redentores. Assim, completamos "o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja" (Cl 1,24).

A cruz é o símbolo da esperança cristã porque nos ensina que, na história, o mal, o egoísmo e a injustiça não têm a última palavra. A última palavra na história cabe ao bem, à fraternidade, à justiça e à paz.

Fonte: GALILEA, S.; O Caminho da Espiritualidade, Edições Paulinas: São Paulo, 1985, p. 227-228.

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