A cruz constitui
um sinal decisivo de esperança. Apesar da presença do mal e sobrepondo-se a
ele, a cruz é sinal de esperança certa no Reino, de sua eficácia e de sua
vitória definitiva sobre todas as formas de pecado.
O paradoxo da
cruz consiste no fato de que aquilo que à primeira vista parece um fracasso - a
morte de Jesus e o fracasso da causa do Reino; a perseguição e o fracasso dos
bons - constitui o começo irreversível da destruição do mal pela raiz, por
causa do próprio Cristo, que passou da morte à vida, transformando a cruz em
fonte de nova vida e de libertação total. A perseguição e a cruz são a dimensão
redentora da fidelidade. Lá onde os meios humanos são impotentes para atacar as
raízes de todos os males e de todas as injustiças, o sofrimento e as cruzes que
acompanham a vida cristã nos incorporam à perseguição e ao martírio de Cristo.
Enxertados com ele na raiz do mal, colaboramos com ele na libertação definitiva,
tornando-nos redentores. Assim, completamos "o que falta das tribulações
de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja" (Cl 1,24).
A cruz é o
símbolo da esperança cristã porque nos ensina que, na história, o mal, o
egoísmo e a injustiça não têm a última palavra. A última palavra na história cabe
ao bem, à fraternidade, à justiça e à paz.
Fonte: GALILEA,
S.; O Caminho da Espiritualidade, Edições Paulinas: São Paulo, 1985, p.
227-228.
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