sábado, 5 de outubro de 2013

A PARUSIA , fundamento da escatologia cristã


O interesse pela parusia advém do fato de  que a comunidade cristã primitiva esperou um acontecimento que finalizará a história num duplo sentido: seja porque lhe conferirá uma finalidade, uma meta; seja porque lhe imporá uma conclusão.O vocábulo grego parousia ( de páreimi: estar presente, estar aí, chegar) é originalmente  referido tanto para a descida ou manifestação de pessoas divinas na terra ( por ocasião de uma festa religiosa ou por uma intervenção milagrosa),      quanto para as visitas que reis e príncipes fazem às cidades submetidas ao seus impérios.  O sentido principal do termo, conforme a cultura grega, é de visita, chegada, advento de um soberano ou de uma divindade. E serve tanto para ser empregado como conceito político[1], quanto religioso.  Esta identificação entre o profano e o sagrado deve-se ao fato de que em ambiente helenístico as figuras reais são consideradas com acentos divinos.  O que sempre se destaca para a parousia é o seu caráter triunfal e glorioso. Trata-se de uma manifestação em poder e glória que tem um acento explicitamente jubiloso e festivo.





[1] Na época imperial, a parusia do César podia inclusive dar lugar a uma nova era, comportando uma virada determinante da história. O imperador era aclamado em sua parusia como senhor e portador da salvação. O povo aguardava com expectativa a sua vinda, porque da mesma se esperava conseguir benefícios excepcionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário