O interesse
pela parusia advém do fato de que a comunidade cristã primitiva esperou um
acontecimento que finalizará a história num duplo sentido: seja porque lhe
conferirá uma finalidade, uma meta; seja porque lhe imporá uma conclusão.O vocábulo
grego parousia ( de páreimi: estar presente, estar aí,
chegar) é originalmente referido tanto
para a descida ou manifestação de pessoas divinas na terra ( por ocasião de uma
festa religiosa ou por uma intervenção milagrosa), quanto para as visitas que reis e príncipes fazem às cidades
submetidas ao seus impérios. O sentido
principal do termo, conforme a cultura grega, é de visita, chegada, advento de
um soberano ou de uma divindade. E serve tanto para ser empregado como conceito
político[1],
quanto religioso. Esta identificação
entre o profano e o sagrado deve-se ao fato de que em ambiente helenístico as
figuras reais são consideradas com acentos divinos. O que sempre se destaca para a parousia é o seu caráter triunfal e
glorioso. Trata-se de uma manifestação em poder e glória que tem um acento
explicitamente jubiloso e festivo.
[1] Na
época imperial, a parusia do César podia inclusive dar lugar a uma nova era,
comportando uma virada determinante da história. O imperador era aclamado em
sua parusia como senhor e portador da salvação. O povo aguardava com
expectativa a sua vinda, porque da mesma se esperava conseguir benefícios
excepcionais.
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