Na série dos Apóstolos chamados por Jesus durante a sua vida terrena, hoje quem atrai a nossa atenção é o apóstolo Bartolomeu. Nos antigos elencos dos Doze ele é sempre colocado antes de Mateus, enquanto daria o nome daquele que o precede e que pode ser Filipe (cf. Mt 10, 3; Mc 3, 18; Lc 6, 14) ou Tomé (cf. Act 1, 13). O seu nome é claramente um patronímico, porque é formulado com uma referência explícita ao nome do pai. De facto, trata-se de um nome provavelmente com uma marca aramaica, Bar Talmay, que significa precisamente "filho de Talmay". Não temos notícias de relevo acerca de Bartolomeu; com efeito, o seu nome recorre sempre e apenas no âmbito dos elencos dos Doze acima citados e, por conseguinte, nunca está no centro de narração alguma. Mas, tradicionalmente ele é identificado com Natanael: um nome que significa "Deus deu". Da sucessiva actividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras. Segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu (cf. Hist. eccl., V 10, 3). Na tradição posterior, a partir da Idade Média, impôs-se a narração da sua morte por esfolamento, que se tornou muito popular. Pense-se na conhecidíssima cena do Juízo Universal na Capela Sistina, na qual Michelangelo pintou São Bartolomeu que segura com a mão esquerda a sua pele, sobre a qual o artista deixou o seu auto-retrato. podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte.
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