Yves
Congar sempre se perguntou em suas reflexões pela imagem teológica de Deus.
Demonstrou como a resposta a esta pergunta influência sobre o entendimento da
história da salvação, da Igreja e do homem. Por exemplo, constata que a riqueza
teológica dos textos do Vaticano II está em visão trinitária de Deus. Os textos
do Vaticano mostram um monoteísmo ainda sem um desenvolvimento do mistério
trinitário.
A
pneumatologia do teólogo dominicano toca pelo menos duas questões importantes
que podem falsear a imagem trinitária de Deus, e, simultaneamente, a imagem
teológica de Maria. Trata-se da divindade do Espírito Santo e a humanidade de
Cristo. Yves Congar compartilhou a análise crítica das expressões sobre Maria:
‘Determinadas
expressões de autores espirituais católicos são passíveis de críticas porque
atribuem a Maria uma eficiência imediata da graça e de vida espiritual (...);
aquilo que é obra inalienável de Deus e do Espírito Santo’ (cf. Y. CONGAR, El
Espíritu Santo, Barcelona 1983, p. 193).
Esta
constatação conduz a confirmar a presença do Espírito Santo na história da
salvação; de modo que Sua ação não se pode reduzir a uma função causal, pelo
contrário, Ele está continuamente presente. A teologia serve a mariologia.
Recorda que o Espírito Santo é o único Santificador. O Espírito Santo produz à
contínua e salvífica presença do mistério da Encarnação. Yves Congar defende o
mistério do Espírito Santo que diviniza. A negação desta verdade falseia a
imagem teológica de Maria e da história da salvação. O teólogo francês menciona
cinco atitudes contemporâneas, que de um lado manifestam a falta de
consideração sobre a interpretação sobrenatural do mundo, e por outro lado
explicam seu sentido nas categorias espirituais. A origem deste fenômeno
duplica, na opinião de Y. Congar, opiniões conhecidas desde a antiguidade e que
levam a certo ceticismo em relação ao desenvolvimento do mundo para o bem, e o
racionalismo que aceita várias formas de espiritualismo, ascetismo baseado na
visão dualista do home, psicologismo e a teologia horizontal da história. Se
seguirmos o pensamento de Y. Congar, não podemos ignorar a pergunta sobre o
papel do Espírito Santo referente a esta mariologia que condiciona a ação de
Maria, os destinos do mundo, do homem e da Igreja.
Ao
lado da verdade sobre a divindade do Sopro, cheia de consequências está a
verdade sobre a humanidade de Jesus Cristo. Ainda que o mestre dominicano se
ocupou do monofisismo nos primeiros anos de seu trabalho científico, no
entanto, desde a perspectiva penumatológica pode-se perceber a atualidade do
tema. Desde a antiguidade são conhecidos os extremos na cristologia: de um lado
acentuam a humanidade de Cristo e de outro Sua divindade. O concílio de
Calcedônia formulou a doutrina sobre Jesus Cristo como verdadeiro Deus e
verdadeiro homem. Seguindo esta fórmula é necessário ver na humanidade de
Cristo o ‘instrumento’ da divindade através do qual podemos perguntar sobre o
papel de Maria e logo sobre o papel da Igreja. Na opinião de Y. Congar, não
acentuar a unidade de Cristo é o fundamento do monofisismo. Y. congar viu
tendências deste tipo precisamente na mariologia que não acentuava a
consubstancialidade da humanidade de Cristo com nossa humanidade e, colocava Maria
como Mediadora e Corredentora. Não obstante, na economia da salvação, opina Y.
Congar está acentuada não só a frutificação das missões históricas e visíveis
do Filho e do Espírito Santo, e além do mais a distinção das consequências da
graça e da própria graça, senão também e antes de tudo, a soberania de Deus e
Sua ação. Esta argumentação fala se opondo a mariologia ‘separada’ e da
mariologia dos privilégios. Y. Congar acentua a maternidade do Espírito Santo
em relação a Cristo que se realiza na Igreja. Consequentemente, Y. Congar diz
que o Espírito Santo realiza Sua missão materna também com relação a Maria
fazendo dela a Virgem, a esposa e a mãe no nível mais alto; (...) o Espírito Santo atualiza em Maria sua
capacidade feminina de ser mãe (...) (cf. Y. CONGAR, El Espíritu
Santo, Barcelona 1983, p. 417). Por isso, Maria é o ícone do Sopro: porque
aceita Jesus e o entrega ao mundo. Através do Espírito Santo, o Verbo tomou a
natureza humana e, através do Espírito Santo, a natureza humana é a nova
criação tendo como modelo o Primogênito.
Tradução: Roberto Marcelo da Silva
Fonte:
Título : | Hacia una mariología pneumatológica. La relación entre el Espíritu Santo y María en la teología posconciliar. |
Autor(es) : | Jasianek, J. (Jaroslaw) |
Entidad editora : | Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra |
Materia / Palabras clave : | Materias Investigacion::Teología y Ciencias religiosas María Espiritu Santo Biblia Simbolismo Eucaristía Mariología Juan Pablo II Iglesia Católica Catecismo |
Enlace permanente: | http://hdl.handle.net/10171/17373 |
Aparece en las colecciones: | REV - Excerpta e dissertationibus in Sacra Theologia - Vol. 43 (2002) |
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