A fé pela qual cremos é no teólogo cristão a raiz de sua Teologia. A Teologia nasce como efeito de uma fé que assume o discurso ou o proceder da razão. A razão que é instrumento da Teologia não é carismática nem racionalista, mas uma razão guiada pela fé. Entendemos aqui que a fé é a atitude interior e a conduta livre, sobrenatural e razoável dos homens e mulheres que aceitaram a revelação de Deus e tentam viver a vontade divina. A fé, portanto, é entendida com a resposta da criatura humana a Deus que se revela e a chama.
Crer é um ato pessoal, quer dizer, algo que ocorre entre dois seres pessoais. Deus se auto-comunica, se deixa encontrar e o crente responde à sua chamada. Antes de crer em algo, o fiel cristão crê em alguém.
Se olharmos o Novo Testamento veremos:
- a) Nos Evangelhos Sinóticos: a fé é a resposto ao chamado de Jesus, é um ato interior de confiança plena na pessoa e na autoridade de Jesus, entendido como enviado de Deus e centro do Reino que chega com ele.
- b) São Paulo: destaca o fato de que pela fé em Deus se aceita uma mensagem de vida sob Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós (Cfr. Rom. 4, 25);
- c) São João: a fé é um impulso interior que leva a reconhecer livremente o caráter divino de Jesus. Não tem uma causa externa porque é graça direta de Deus.
O Concílio Vaticano II ensina que “quando Deus se revela deve-se prestar-lhe a obediência da fé (Rom. 16,26), pela qual o homem se confia livre e totalmente a Deus (se totum libere Deo committit), prestando do Deus revelador a homenagem do entendimento e da vontade, e assentindo voluntariamente à revelação feita por ele.[Constituição Dogmática Dei Verbum, n. 5. ]”
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